O termo inclusão representa um ato de igualdade entre os diferentes indivíduos de uma sociedade. Prevê a integração total de pessoas, independente da condição física, social ou intelectual.
Desde 1991, a Lei de cotas (nº8.21391) obriga que as empresas com mais de 100 funcionários devem preencher suas vagas com uma porcentagem de pessoas portadores de deficiências. A legislação determina que as empresas contratem pessoas com deficiência, segundo as seguintes proporções:
• de 100 a 200 empregados, 2%;
• de 201 a 500 empregados, 3%;
• de 501 a 1.000, 4%;
• e acima de 1.000 funcionários, 5%.
Mas ter uma lei que obrigue as empresas a contratar pessoas com deficiências não resolve todos os problemas, pois os deficientes não estão preparados para o trabalho e as empresas geralmente não estão preparadas para receber um deficiente.
Como se dá o processo de habilitação de um deficiente para o trabalho?
Um deficiente precisa estar habilitado para começar a trabalhar e para isso precisa ter concluído um curso de educação profissional de nível básico, técnico ou tecnológico, ou um curso superior. Considera-se, também, pessoa portadora de deficiência habilitada àquela que, não tendo se submetido a processo de habilitação ou reabilitação, esteja capacitada para o exercício da função (art. 36, §§ 2º e 3º, do Decreto nº 3.298/99)
Porem, a lei não define a gravidade da deficiência para empregabilidade e isso fica a critério de cada empresa. As pessoas com deficiência intelectual grave podem ter muita dificuldade de encontrar um trabalho.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) é estimado que no mundo haja 610 milhões de portadores de deficiências. Entre 2010 e 2017, o percentual de trabalhadores com deficiência aumentou de 0,69% para 0,95% no mercado de trabalho, segundo o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais), da Secretaria do Trabalho, vinculada ao Ministério da Economia.
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Quais dificuldades os jovens enfrentam para encontrar um emprego?
Geralmente, o deficiente é admitido desde que, além de ter qualificação profissional, consiga utilizar os espaços físicos e os equipamentos sem nenhuma modificação. Segundo a superintendente do IBDD, as empresas deixam de contratar essas pessoas por desconhecerem suas habilidades e possibilidades para tarefas mais simples, como limpeza e conservação do ambiente, montagem de produtos menos complexos ou mesmo em atividades de jardinagem, além de trabalhos em lojas, padarias, lavanderias, entre outros.
Quais os benefícios para a empresa em contratar um jovem especial?
A empresa inclusiva reforça o espírito de equipe de seus funcionários, fortalecendo a sinergia em torno dos objetivos comuns e expressando seus valores coletivos. Esses fatores humanizam mais o ambiente de trabalho e o desempenho da empresa pelo clima organizacional positivo, transmitindo uma imagem humanizada que condiz com o futuro que a população espera.
Se as pessoas com deficiência estiverem devidamente inseridas nas funções apropriadas, de acordo com suas habilidades, o desempenho e a produção das mesmas podem superar as expectativas do início do contrato.
Pessoas com deficiência tem muito desejo de ser incluídas, de resgatar o senso de pertencimento e importância.
Quando esses jovens são treinados dentro de suas capacidades, o clima empresarial de respeito ao próximo atinge todos os funcionários, melhorando significativamente a produtividade das empresas.
Pesquisas em grandes empresas Americanas, como 3M, PepsiCo, Merck and AT & T que contratam deficientes indicam baixas taxas de absenteísmo, além da percepção dos deficientes como leais, confiáveis e esforçados. Um benefício adicional para a contratação de pessoas com deficiência foi a diversificação dos ambientes de trabalho, o que levou a um clima de trabalho positivo.
Em São Paulo há algumas instituições que oferecem cursos preparatórios para entrada desses jovens no mercado de trabalho, abordando temas como autoconfiança, responsabilidade profissional e pessoal e treinos de habilidades sociais para o manejo nesse novo ambiente que enfrentarão. Nestes cursos é oferecido um trabalho de orientação para a empresa e para o jovem após a contratação, durante o período de experiência, para que a empresa tenha todo apoio necessário para compreender melhor as necessidades do jovem e fazer as adaptações adequadas.
Esse trabalho é desenvolvido nos seguintes locais:
– Associação AVAPE
– Escola NANE
– APAE
Bibliografia:
https://www.forbes.com/sites/judyowen/2012/05/12/a-cost-benefit-analysis-of-disability-in-the-workplace/#21f5af6b3501
http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/usr/share/documents/RELATORIO_MUNDIAL_COMPLETO.pdf
https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-com-deficiencia/
http://www.deficienteonline.com.br/lei-8213-91-lei-de-cotas-para-deficientes-e-pessoas-com-deficiencia___77.html