Depressão dos pais aumenta o risco de ansiedade nos filhos. Maria Alice Fontes

Estudo evidencia que ter pai ou mãe com transtorno depressivo maior pode aumentar as chances dos filhos desenvolverem distúrbios de ansiedade, abuso de drogas e principalmente depressão no final da adolescência e início da vida adulta.

Estes achados foram encontrados através de uma pesquisa feita pelo Max Planck Institute of Psychiatry em Munique, na Alemanha, que investigou 2427 jovens alemães entre 14 e 24 anos e os seus respectivos pais.

Por meio dos resultados encontrados, verificou-se que 42% das mães e 23% dos pais que haviam sido estudados, apresentavam diagnóstico de depressão maior ou já tinham tido pelo menos um episódio depressivo na vida.

Através do acompanhamento (follow up) de três anos e meio de pesquisa, constatou-se que cerca de uma a cada cinco crianças tinham tido pelo menos um episódio de depressão e 4% tinham apresentado sintomas de distimia, uma forma leve e crônica de depressão.

Fatores determinantes da Depressão

Entretanto, qual fator explicaria a maior vulnerabilidade para o desenvolvimento deste transtorno?

Tendo em vista que os transtornos mentais possuem uma gênese multifacetada, pode-se dizer que sua origem se dá pela combinação entre os fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.

Entretanto, pesquisas já evidenciaram uma forte influência do fator genético na origem da depressão, o que explicaria a maior incidência desse transtorno em filhos de pais com depressão.

Estudos feitos com famílias evidenciam que indivíduos que possuem algum familiar de primeiro grau com depressão tem um risco de duas a quatro vezes maior de desenvolver o transtorno do que quem não tem casos na família.

Cabe salientar que, apesar deste achado ampliar a compreensão sobre a origem da depressão, o fator genético não é a única causa deste transtorno, haja vista que pessoas que não possuem histórico de depressão na família também podem vir a desenvolver este problema em algum momento da vida.

Quais são os indicadores da depressão e da ansiedade?

A depressão e a ansiedade são transtornos mentais que possuem causas, sintomas e tratamentos diferentes, e que necessitam de um acompanhamento profissional.

Apesar de a depressão estar sendo muito discutida hoje em dia, ela não é uma doença que surgiu atualmente, visto que essa já acompanha a história da humanidade há tempos.

Suas características patológicas principais são a tristeza, o pessimismo e baixa auto-estima, que podem se manifestar com frequência, causando prejuízos significativos na vida do indivíduo.

Devido aos prejuízos que este transtorno do humor pode causar ao indivíduo, é imprescindível que seu diagnóstico seja feito o mais rápido possível, para que a pessoa possa se beneficiar de um tratamento profissional.

Logo abaixo listamos alguns sintomas típicos deste transtorno mental:  

Tristeza;
Irritabilidade;
Insônia;
Dificuldade de concentração;
Pessimismo.

A ansiedade é um sentimento comum que faz parte da experiência humana. No entanto, pode vir a se tornar patológica quando é exagerada, desproporcional ao estímulo e quando prejudica o indivíduo em suas atividades diárias. Neste caso, a pessoa acometida pela ansiedade patológica deve procurar ajuda profissional para lidar com este transtorno.

Cabe salientar que, assim como a depressão, os fatores determinantes para o surgimento dos transtornos de ansiedade também são multifacetados, constituindo-se em fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. E que o fator genético também tem uma parcela significativa para a constituição das síndromes de ansiedade.

Assim como na depressão, a ansiedade também pode causar prejuízos significativos na vida do indivíduo, por tanto é necessário se buscar ajuda profissional para lidar com este transtorno.

Listamos logo abaixo, alguns sintomas típicos dos transtornos de ansiedade:

Sudorese;
Taquicardia;
Tensão muscular;
Palidez.

Práticas que podem ajudar na prevenção da ansiedade e do humor deprimido

Como já mencionado, não existe um fator único na causa da ansiedade e depressão, e sim uma junção de fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.

E, apesar de pesquisas constatarem uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de ansiedade e depressão entre pessoas que possuem uma predisposição neurobiológica herdada, qualquer pessoa pode desenvolver esses transtornos ao decorrer da vida.

Tendo isso em vista, é importante conhecer algumas medidas para se controlar a ansiedade e o humor deprimido, a fim de que esses estados emocionais não venham a se transformar em algo mais grave. Listamos logo abaixo algumas medidas para o controle desses estados emocionais:

Fazer atividades físicas regularmente;;
Priorizar momentos de lazer;
Evitar o consumo de álcool;
Ter uma rotina de sono regular;
Prática de meditação, ioga, ler um bom livro;
Investir em autoconhecimento.

Referências:

LAFER, Beny; VALLADA FILHO, Homero Pinto. Genética e fisiopatologia dos transtornos depressivos. Rev. Bras. Psiquiatr. , São Paulo, v. 21, supl. 1, pág. 12-17 de maio de 1999.
CASTILLO, Ana Regina GL et al. Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr. , São Paulo, v. 22, supl. 2, pág. 20-23, dezembro de 2000.